Alberto Osório de Castro faz hoje 149 anos.
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DI CUORE
Que não sabe homem aquela
hora
Em que lhe há-de vir o amor.
BERNARDIM RIBEIRO, Éclogas.
Bem
quisera, Senhora, que este afecto
Não
fosse amor, mas límpida amizade,
Sentimento
viril, alto e discreto,
De
natural renúncia, e de lealdade.
Mas é-se homem! E é pobre humanidade
Esta
ânsia de tocar o que é secreto
E
adorável, de olhar o que é dilecto,
E é
toda a luz da vida e suavidade.
Ah!
Senhora, ah! Senhora, a Carmelita
É
só na voz de amor da Sulamita
Que
com Deus fala de divino amor.
Não
falo, não, de amor, mas de exaltada
Ternura
da alma pela bem-amada
Alma
gentil de mistério e de dor.
Novembro, 23, 1921
Alberto Osório de Castro, 2004: Obra Poética (Vol. II).
Organização de
António Osório. Lisboa: IN-CM; p. 180.
Para
recordar e/ou ler e/ou ser (mais) informado:
«Alberto Osório de Castro - Infopédia» e «Alberto Osório de Castro – Dicionário de Orientalistas da
Língua Portuguesa»
«[…] Formou-se em Direito em
Coimbra, onde com António Nobre, Alberto de Oliveira e Eugénio de Castro, tomou
parte activa na renovação da poesia portuguesa […]. Data de então a sua grande
amizade com Camilo Pessanha […]. Os seus quatro livros capitais, todos eles de
poesia – Exiladas (Coimbra, 1895), A Cinza dos Mirtos (Nova Goa, 1906), Flores de Coral (Timor, 1908), O Sinal da Sombra (1923) – testemunham
uma requintada predilecção pela singularidade, pelo “diferente”, pela
morbideza. […] Na composição dos seus quadros poéticos intervêm o precioso e o
excepcional, já pela própria natureza dos motivos que o ambiente lhe impõe […],
já por uma deliberada procura vocabular. […] Com menos força que na lírica de
Pessanha, encontram-se, todavia, nos poemas de A. O. de C. os temas do amor e
da morte, do tempo inexorável e inapreensível, tempo espesso em que nada
perdura, onde tudo morreu.»
U[rbano] T[avares] R[ODRIGUES],
19783: «Castro, Alberto Osório de».
Em Jacinto do Prado COELHO (dir.), 19783: Dicionário de Literatura. (Vol. 1).
Porto: Figueirinhas;
pp. 165 e 164.
NB1 - As fotografias da Poeta foram colhidas em Google+ / Imagens / Alberto
Osório de Castro.
NB2 - Respeitadas grafia e pontuação das edições consultadas.
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