IV. Frutos da Terra e do Homem
Todos os dias são da poesia e sua partilha, como pão nosso de cada dia.
Cláudio Lima
[Retrato de Amândio de
Sousa Vieira]
CLÁUDIO LIMA é natural de Calvelo-Ponte de Lima, onde nasceu em 1943. Reside
em Braga. Poeta, contista, cronista, crítico e ensaísta, é, porém, como
escritor que, desde muito jovem, se dedica à escrita de poemas, e nesta
qualidade colabora neste blogue para que foi conVocado.
Tem uma dezena de livros de poesia pulicados: A Foz das Palavras (1970, 2.ª ed. 2009); Itinerarium [I] (1994), II (1998), III (2006) e IV, este último reunido
aos Itinerarium anteriores, no volume
Itinerâncias (2010); Maçã pra Dois (2001); Vate do Reino (2003), Arte de Amar Ponte de Lima (2004), cujos
poemas são acompanhados por fotografias de Amândio de Sousa Vieira. Tem no
prelo Elegios.Elegias (2014), com
prefácio do Prof. Vítor Manuel Aguiar e Silva. Além disso, tem poemas dispersos
por mais de um vintena de obras coletivas (antologias e coletâneas), bem como
por revistas e páginas literárias, nacionais e estrangeiras.
Os principais temas da poesia de Cláudio Lima são o amor, conjugado, por
vezes, com um sadio e salutar erotismo e não raro humor, e a arte poética (em
si mesma considerada, mas também a própria e a alheia), encontrando-se, a este
nível, sobretudo em Itinerâncias,
muitos textos que são verdadeiros meta-poemas. Além disso, frequentes são os
poemas onde o poeta expressa um certo afeto pela sua terra natal («limianismo»),
bem como uma certa visão social crítica deste país, profundamente assimétrico
entre um litoral e um interior.
Em 1970, na recensão então feita a A
Foz das Palavras, no Diário Popular
(30-04), Fernando Gil, pseudónimo de Fernão de Magalhães Gonçalves, anunciava
Cláudio Lima como «um caso literário de sólida e adulta significação». A obra
poética do autor até hoje publicada tem confirmado esta perspetiva. Fernando Venâncio,
no prefácio a Itinerâncias, considera
o autor um «poeta luminoso», dotado de «um fazer poético centrado na exigente
transparência e no surpreendente enunciado». Nos temas como nas formas, Cláudio
Lima é um poeta versátil, recorrendo tanto a processos e subgéneros ditos
tradicionais (soneto e quadra, v.g.),
como a processos mais atuais (verso livre, v.
g.), sem nunca ceder, porém, a qualquer tipo de experimentalismo. Uma voz
poética atual e moderna que, muitas vezes, se faz ouvir em moldes clássicos.
[DFR]