domingo, 12 de março de 2017


     Raul Brandão faz hoje* 150 anos.

Raul Brandão, 19—: Húmus.
Aillaud & Bertrand: Paris / Lisboa; p. 23.

Para recordar e/ou ler e/ou ser (melhor) informado:

«[…] Entrevendo as conclusões da psicanálise, o A. descobre com “espanto” ingénuo (atitude tìpicamente brandoniana) que no homem coexistem um eu social, superficial, o das conveniências – máscara de comediantes – e um eu abissal, o autêntico, o do egoísmo vital – “um poço sem fundo”, zona de obscuridade. O fantástico brandoniano resulta dessa intuição duma super-realidade no seio das coisas vulgares e familiares que o A. descreveu com um realismo caricatural na Farsa e no Húmus, a sua obra-prima, em que nos faz assistir ao Génesis desse mundo turbilhonário das realidades ocultas, exemplificadas por “velhos hábitos, misérias crónicas, gritos, exaspero” recalcados, um conjunto a que a imaginação genial do A. dá forma sobrerrealista duma catedral, “a catedral do fel e vinagre”. […]»
T[úlio] R[amires] F[erro], «Brandão, Raul Germano»
Em Jacinto do Prado COELHO (dir.), 19783: Dicionário de Literatura. (Vol. 1).
Porto: Figueirinhas; p. 122.

*Também faz anos, hoje, Ribeiro Couto.

NB1 - As fotografias da Poeta foram colhidas em Google+ / Imagens / Raul Brandão.
NB2 - Respeitadas grafia e pontuação das edições consultadas.

Sem comentários:

Enviar um comentário