Todos os dias são da poesia, como pão nosso de cada dia.
Nicolau Tolentino faz hoje 277 anos.
À MULHER QUE AÇOITOU O MARIDO
Mulher do capelista, acaba a empresa,
Que o mundo sem razão chamou tirana;
Vai açoitando esse infeliz banana,
Nódoa do sexo, horror da natureza.
A vil rapaziada portuguesa
Com falsa cantilena o povo engana;
Nem coifas inventaste à castelhana,
Nem as vastas fivelas à maltesa;
De mais alta invenção é bem te prezes;
Legislando melhor que Tito ou Numa,
Emendaste uma lei dos portugueses;
Não padece isto dúvida nenhuma;
A lei açoita a quem casar duas vezes;
Tu mostras que contigo basta uma.
Nicolau Tolentino, 2004. Sátiras
(Org. Vasco Graça Moura). Lisboa; p. 108.
NB - As imagens do Poeta que ilustram este "post" foram colhidas em Google / Imagens / Nicolau Tolentino de Almeida.
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