sexta-feira, 8 de julho de 2016


III. Dispersos


III.2. Contos (II)


O conto que a seguir apresento foi publicado no jornal o diário [«Suplemento Cultural» (ver infra) de 19/09/1982, p. 4). Dada a dimensão da página original (42 x 31,5), depois da sua cópia fotográfica, apresento, graficamente seguidas, separadas e adaptadas, cada uma das colunas, a fim de facilitar a leitura da narrativa.

Corrigenda - Na terceira coluna, no parágrafo onde se lê «sentinelas do halher», deve ler-se «sentinelas do talher».




ADENDA (26-08-2016)
Com ilustração do pintor Mário Emílio, «Reservado» foi também publicado, na  Revista do Viana Taurino Clube (n.º 2, agosto, 1991, pp. 18-19), de Viana do Castelo.

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9 comentários:

  1. Vou ter de cá voltar, mas não hoje. Talvez por estar apressada e a preparar uma tertúlia, não captei a mensagem. Isto tem de ser lido com muita atenção.

    Abraço,David

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    1. Muito obrigado, Ibel. Fico a aguardar o teu sempre apreciado comentário crítico. Os poemas «dispersos» vão continuar. Mas hoje decidi começar o publicar os contos não editados em livro. Felicidades para a tertúlia que, estou certo, vai ser um sucesso. Beijinho!

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  2. O conto é muito difícil, convenhamos. Seja pela construção frásica, com a abundância de anástrofes e hipérbatos, seja pela rebelde pontuação propositada ou ainda porque me é difícil ler um texto tão extenso em computador. Fica-me, portanto, o amargo de boca de não lhe sorver a significação profunda.
    o primeiro período que abre a narrativa obriga de imediato a uma pausa para ser absorvido o sentido. Entende-se, posteriormente, após a leitura integral.
    O que captei na generalidade é uma série de subtis críticas em forma de axiomas, muito sumarentos.
    Assiste- se,julgo, a uma alegoria de despedida, a morte, onde os convivas estão, já, localmente, distanciados do dono da casa.Este já só lhe falta tocar as estrelas porque a dimensão gastronómica não o atinge, pois nada come ou bebe.
    Muito haveria para discutir. Era um bom debate.
    Gostaria que desses pistas, David.
    Abraço
    A personagem presentifica a sua castidade ou purificação na própria lapela e situa-se já numa outra esfera.

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    1. Muito obrigado, Ibel, pelo teu atento, lúcido e generoso comentário. Como bem sabes, não cabe ao autor de um texto literário (nem, creio, de outro tipo) explicar «a significação profunda» nem a estratégia (narrativa, neste caso) utilizada. Considero que esse esforço interpretativo cabe ao leitor. É a parte de co-autoria, digamos, que lhe cabe, por direito inalienável. Um autor não "sabe" explicar os seus textos. Fazê-lo pode ser uma forma de o "fechar" e não de o manter "aberto". Porque o seu discurso auto-interpretativo não é um "discurso de autoridade". Sempre direi, todavia, que a tua leitura corresponde à intencionalidade (subjacente e implícita) deste conto, escrito há cerca de 35 anos.
      Não terei, Ibel, falado já demais?!...
      Cordial abraço, Amiga!
      David

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    2. Ai que voltei a ler e vejo faço outra leitura completamente diferente. Uma crítica ao regime da ditadura. Tudo converge. Tudo!
      Esse anfitrião solteiro é Salazar. Como não vi logo?????
      O ditador, perante o qual, todos se devem vergar; os convites feitos para as extremosas esposas e filhos por elas educados; O respeitar a vontade e não a memória; o juramento dos convivas; a dama que falta...Ai que belo conto me fizeste ler e eu estava cega, procurando sentidos labirínticos.
      Ah, David, " Jamais inocente ficará quem redige um texto"

      Um grande abraço.

      PS Que cega estava!

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    3. Muito obrigado, de novo, Ibel, por esta tua nova interpretação de «Reservado». É, de facto, interessante verificar como leituras de um mesmo conto, feitas por um mesmo leitor, em momentos diferentes, levam a interpretações diferentes. Acontece a todos, julgo eu, que não leem depressa e uma só vez. Um texto literário favorece e permite, sempre, novas interpretações. É da sua natureza estética. Mas tais interpretações dependem muito, também, do contexto psicológico, social e até físico em que se lê. Recordo-me de ter lido, há muito tempo, uma crónica de Jorge Listopad em que ele dizia que tinha feito interpretações diferentes de um mesmo texto, quando lido em casa de quando lido no comboio. Por isso, na segunda leitura, não estavas «cega». Bem pelo contrário! Fizeste uma leitura mais atenta, possivelmente, à estrutura, ao conteúdo e à retórica da narrativa. Na tua terceira/interpretação passaste para o lado (mais) simbólico, poético, estético, para a dimensão configuracional do conto.
      Se quem escreve, como muito bem recordas, jamais fica inocente, o mesmo se pode dizer do leitor. Ninguém sai seco de um profundo mergulho nas águas de um texto. Sobretudo quando essas águas são limpidamente inquietas e inquietantes! Será o caso de «Reservado»?!... Quem dera!

      Grato, Ibel, mais uma vez, retribuo o grande abraço!
      David

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