novembro é um nó
de vento que desata
e semeia à toa
as folhas pelas ruas
um dia porém arrepende-se
enfurece-se como um poeta
e junta-as num canto inútil
há de a chuva ou a neve
acomodá-las à podridão
dos dias ou a higiene
de um fósforo em dia de sol
bem-vindo reduzi-las
ao subtil voo das cinzas
eis amigo o provável
desígnio destes versos meus
secas folhas semeadas
por antigo vento amigo
david f. rodrigues
viana, 13-11-2014
Publicado depois, sem título com a numeração «17.», em o rosto, Leça da Palmeira, Eufeme, n.º 14 da coleção «Poetas da Eufeme», 2018, p. 29.
Poema a Novembro e ao poeta, membro de sinais não esquecidos da natureza- ficai aqui e ali, "de ventos semeados" e sempre muito bem pensados!
ResponderEliminarMuito obrigado, Prof.ª Luísa, pelas suas palavras. Afetuoso abraço. David
Eliminar