quinta-feira, 13 de novembro de 2014


novembro é um nó
de vento que desata
e semeia à toa
as folhas pelas ruas

um dia porém arrepende-se
enfurece-se como um poeta
junta-as num canto inútil

há de a chuva ou  a neve
acomodá-las à podridão
dos dias ou a higiene
de um fósforo em dia de sol
bem-vindo reduzi-las
ao subtil voo das cinzas

eis amigo o provável
desígnio destes versos meus
secas folhas semeadas
por antigo vento amigo

david f. rodrigues
viana, 13-11-2014


Publicado depois, sem título com a numeração «17.», em o rostoLeça da Palmeira, Eufeme, n.º 14 da coleção «Poetas da Eufeme», 2018, p. 29.

2 comentários:

  1. Poema a Novembro e ao poeta, membro de sinais não esquecidos da natureza- ficai aqui e ali, "de ventos semeados" e sempre muito bem pensados!

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    1. Muito obrigado, Prof.ª Luísa, pelas suas palavras. Afetuoso abraço. David

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