domingo, 22 de fevereiro de 2015



efémera toalha de seda



a aranha por questão
de higiene particular
dispõe sempre de toalha
nova em cada refeição

mas a mesa nunca arruma
limpando as migalhas da teia

o servil tempo é sua ideia
entregar-se-á a destruir
os fios concêntricos
da efémera perfeição da seda


david f. rodrigues
viana, 08-02-2015

2 comentários:

  1. Não há luxo sem lixo, nem perfeição sem (auto)destruição, a crer neste paradigma da renovada e fleumática recriação aracnídea...e outras.

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    1. Permita-me, Prof.ª Luísa, classificar de excelente síntese a leitura que faz deste meu exercício poético. Muito obrigado, porque é altamente gratificante ter leitores que tão bem interpretam o que escrevemos. Afetuoso abraço.

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