terça-feira, 14 de outubro de 2014


o poeta que falava
pelos cotovelos calou-se

espera agora que a dor
aguda sentida nos ditos
lhe desapareça de vez
com as doses de silêncio

anda contudo isolado cabisbaixo
introvertido talvez

o seu maior desgosto
de vida é um dia ter
de ficar calado para sempre

e com dor de cotovelo
sem poder coçar o olho

david f. rodrigues
viana, 14-10-2014




Publicado depois, sem título, com a numeração, «vi», também em estes escarnhos fez & som d'ora (2015/16). Viana do Castelo: ed./a.,  «vi», p. 16.


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