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sábado, 30 de abril de 2016

IV. Frutos da Terra e do Homem



Todos os dias são da poesia e sua partilha, como pão nosso de cada dia.

                                                                                                                 (Fotografia de Sara Canelhas)



JORGE VELHOTE


TRÊS POEMAS
do livro
É FRIA A ÁGUA NA ESCURIDÃO DOS POÇOS
(Inédito)



Jorge Velhote, Porto, Maio 1954.
Crê que ao olhar se devolve o trânsito da imaginação, restos e fragmentos da natureza, a proximidade dos espelhos, do abismo onde se despenha a solidão e se crava o fulgurante punhal da memória. Cada poema, cada fotografia, desnuda nocturno os vestígios urdidos em cenário e emerge mundo reflectido pela amplificação dos seus sinais. Nesse tumulto perpassa o recolhimento entre luz e sombra, o ímpeto cintilante das águas, a metamorfose dos enigmas e dos segredos. O que para além das palavras se declina elevando-se essência de claridade: Atrito de Gotas (em colaboração); Os Sinais Próximos da Certeza; Hermeneutical Studies; Os Mapas Sem Fronteiras Sufocam Os Lugares; Máquina de Relâmpagos; Pele; Narrativa da Foz Do Douro; Luz Plural (em colaboração).

Obs. – Agradeço ao poeta Jorge Velhote ter aceitado participar nesta «conVocação». Poemas, nota biobibliográfica e grafia são da exclusiva responsabilidade do autor. [Muito obrigado, Jorge. DFR]

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

IV. Frutos da Terra e do Homem


                            Todos os dias são da poesia e sua partilha, como pão nosso de cada dia.

Cláudio Lima
[Retrato de Amândio de Sousa Vieira]




CLÁUDIO LIMA é natural de Calvelo-Ponte de Lima, onde nasceu em 1943. Reside em Braga. Poeta, contista, cronista, crítico e ensaísta, é, porém, como escritor que, desde muito jovem, se dedica à escrita de poemas, e nesta qualidade colabora neste blogue para que foi conVocado.
Tem uma dezena de livros de poesia pulicados: A Foz das Palavras (1970, 2.ª ed. 2009); Itinerarium [I] (1994), II (1998), III (2006) e IV, este último reunido aos Itinerarium anteriores, no volume Itinerâncias (2010); Maçã pra Dois (2001); Vate do Reino (2003), Arte de Amar Ponte de Lima (2004), cujos poemas são acompanhados por fotografias de Amândio de Sousa Vieira. Tem no prelo Elegios.Elegias (2014), com prefácio do Prof. Vítor Manuel Aguiar e Silva. Além disso, tem poemas dispersos por mais de um vintena de obras coletivas (antologias e coletâneas), bem como por revistas e páginas literárias, nacionais e estrangeiras.
Os principais temas da poesia de Cláudio Lima são o amor, conjugado, por vezes, com um sadio e salutar erotismo e não raro humor, e a arte poética (em si mesma considerada, mas também a própria e a alheia), encontrando-se, a este nível, sobretudo em Itinerâncias, muitos textos que são verdadeiros meta-poemas. Além disso, frequentes são os poemas onde o poeta expressa um certo afeto pela sua terra natal («limianismo»), bem como uma certa visão social crítica deste país, profundamente assimétrico entre um litoral e um interior.
Em 1970, na recensão então feita a A Foz das Palavras, no Diário Popular (30-04), Fernando Gil, pseudónimo de Fernão de Magalhães Gonçalves, anunciava Cláudio Lima como «um caso literário de sólida e adulta significação». A obra poética do autor até hoje publicada tem confirmado esta perspetiva. Fernando Venâncio, no prefácio a Itinerâncias, considera o autor um «poeta luminoso», dotado de «um fazer poético centrado na exigente transparência e no surpreendente enunciado». Nos temas como nas formas, Cláudio Lima é um poeta versátil, recorrendo tanto a processos e subgéneros ditos tradicionais (soneto e quadra, v.g.), como a processos mais atuais (verso livre, v. g.), sem nunca ceder, porém, a qualquer tipo de experimentalismo. Uma voz poética atual e moderna que, muitas vezes, se faz ouvir em moldes clássicos. [DFR]