terça-feira, 7 de dezembro de 2021
quarta-feira, 26 de agosto de 2020
sábado, 21 de março de 2020
terça-feira, 17 de março de 2020
quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
liberdade e poesia
pão nosso de cada dia
Nota: Este exercício poético foi inicialmente publicado no blogue Gazeta de Poesia Inédita, do Poeta José Pascoal,
Obrigado, José, pelo convite e pela publicação.
Etiquetas:
«Gazeta de Poesia Inédita»,
«velhinha senhora já»,
David F. Rodrigues,
José Pascoal,
pão integral,
poema/lexema/fonema/grafema
sábado, 30 de novembro de 2019
terça-feira, 23 de julho de 2019
liberdade e poesia
pão nosso de cada dia
Este exercício poético foi inicialmente publicado no blogue Gazeta de Poesia Inédita, do Poeta José Pascoal, no dia 23-07-2019. Obrigado, José, pelo convite e pela publicação. Pode ser (re)lido AQUI.
quinta-feira, 21 de março de 2019
quarta-feira, 24 de outubro de 2018
Se tiver(es) pressa, não leia(s). Corra/e. Chegará(s) mais depressa ao fim.
Apontamomento
Ter
um quintal em dia, hoje, não é fácil. Mesmo com dedicação exclusiva e
permanente. Não há, como a algumas dezenas de anos, jornaleiro (assim lhe
chamávamos) que, à jorna (dia ou meio-dia), colaborava no amanho e cultivo da
terra, sementeiras e plantações, podas e colheitas. Atualmente, nem para
a conservação e limpeza se encontra mão-de-obra suficiente. E parece tão mal
deixá-lo de velho!
São
poucos e raros, hoje, os trabalhadores rurais. E prestam os serviços à hora: chegam
e levantam quando querem.
Manter
um quintal, hoje em dia, não é canseira fácil. Ao meu, vou dedicando os cuidados
indispensáveis, os que sei e ainda posso. Nele ou junto dele, vou passando os
meus dias descomprometidos, geralmente de sol a sol. Exceto depois do almoço (a
que, em criança, chamávamos jantar, reservando este nome para a ceia), exceto em dias
mais quentes, dizia. Sento-me no alpendre e leio ou passo pelas brasas. Ou dou uma
volta pelos caminhos sempre dantes palmilhados.
Como
ontem. Só
que, conforme ia caminhando, uma relativa tristeza me foi invadindo.
Os
carreiros, cangostas e caminhos foram elevados à categoria de ruas, travessas e
avenidas, por onde agora se caminha e circula, bem melhor que outrora, é verdade e ainda bem.
Casas dispersas (raras) e junto das vias ainda as há: uma nova aqui, outra bem reconstruída
além. Umas habitadas, sobretudo por gente da minha idade ou talvez mais. Outras
abandonadas: temporariamente, se os donos estão migrados (sobretudo com
<e>), a que se acolhem nas férias; definitivamente, se, se… não admira o estado
de ruína crescente em que se encontram.
Mas
ainda se ouvem sons. Os mais constantes são os do relógio da torre, cantando as
horas, inteiras e meias, do irremediável passar do dia. E há os cães, presos a
corrente ou soltos dentro de muros e redes, sobressaltados com a visão da minha estranha
figura. Ladram os próximos e os distantes respondem, solidários. Como os galos,
mas estes ao desafio. De galinha, nem um leve cacarejar. Àquela hora, já tinham posto o ovo. Mas desconfio que elas já não chocam, nem criam ninhadas. De
frangas, nem sinais.
Ouvi,
contudo, um chamar de mulher por filha, seguido de conversa que o
gravador dos meus tímpanos não captou. De criança, nem grito, nem choro, nem ruídos. O silêncio era, de facto, nos princípios da tarde de ontem, a voz profunda
da terra que mais alto se ouvia. Até que lá apareceu, depois da curva, o trator
cansado, lentamente anunciado pelo velho motor. Que é feito do carro de bois?
Encontrei,
por fim, três conterrâneos, melhor, duas senhoras e um cavalheiro, todos mais
novos que eu. Mutuamente nos reconhecemos. Cumprimentamo-nos, sem cerimónias
nem constrangimentos. Contentes.
E comecei a recuperar alguma alegria. E ainda
deu para, no regresso, encher os bolsos de castanhas, num sítio do caminho ***, estrumado delas.
Na
ida e vinda, por gente que passei ou vi passar ao longe, ninguém caminhava de
olhos cravados no telemóvel. Nem seguia atrelada a um canino.
Os
meus conterrâneos rurais sabem, muito bem, a terra que calcam. Urbanamente.
O
quintal está à minha espera.
David F. Rodrigues
(24-10-2018)
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
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