casa roubada
troikas à porta
troikas à porta
casa roubada
a moeda da troika
é troikada por miúdos
que depois troikam
cos graúdos da troika
na feira das troikas
fazem-se as troikas
troika por troika
fica-se sempre troikado
contamos os troikos
por força da troika
eles troikam galhardetes
nós ficamos cos troikados
troikando-lhes as voltas
vão-se os troika-tintas
que sem troikar de vistas
ficam bem entroikados
a força da troika
é um país troikado
se não lhes dermos troiko
ficam mal av(al)iados
troikas fora
dia santo na loika
fia-te nos troikos
que eles dão-te o troiko
toika a andar cos troikas
antes que seja tarde
para acabar de vez
com as troikas e baldroikas
e sem respeito troikado
assim a troiko de nada
deste e outro mundo
o trocista anti-troikista
david f. rodrigues
viana, 09-06-2014

Publicado, depois, em estes cantares fez & som escarnhos d'ora. Ed. A. / Viana do Castelo, 2105/2016, «xxviii», pp. 48-9.
Bem TOKADO,ó vira que vira. trokei a vista e só agora nokei.
ResponderEliminarEste jogo entre verso e paronímia é, a todos os títulos, um exercício notável.
ResponderEliminarO recurso permanente do uso de peças do jogo, utilizando, a parónima, quase única, sem que estabeleça confusão, tornando-o menos oneroso, atinge um alto grau de maestria poética.
Para além dum tom popular, bem retratado, logo nos dois primeiros versos que, nos seus movimentos, com ou sem ordem, ou vice-versa, consegue, na sua oficina de talentos disponíveis, trazer ao palco da mesa de jogo, palco da vida, na sua atual e contundente dimensão política. Hoje, tão perversa.
Neste glosar de paronímia, sente-se um crescendo, de desvairado humor, sendo que até um tal coelho, se enfia e sai da troika toca.
Há música e instrumentos. E troca de galhardetes: Troika do Comité.
Não é que o artífice atinge a glória, no remate do jogo paronímico?
Acabar com os troika-tintas e troika a andar antes que seja tarde.
Troikista & trocista & Ca. Lda.
Muito obrigado, Margarida, pelo teu belíssimo comentário e este meu "velho" (tem quase um ano) exercício de redação poética. Nele, focas, além da temática política (as toikas e suas baltroilkas), os recursos estilísticos, sem esquecer a ironia e o jogo verbal da paronímia, que conjugados talvez acentuem o lado maldizente do texto. Penso eu. Pelo menos é o que desejo. Por isso o recuperei para comentar as notícias «troikistas & C.ª» vindas a público nestes últimos dias.
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